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Fases do Luto

  • Foto do escritor: Larissa Amaral Psicóloga
    Larissa Amaral Psicóloga
  • 4 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Na tentativa de entender como o luto funciona, muitos profissionais se debruçaram sobre o assunto em busca de um jeito comum, um padrão, que estaria dentro do esperado pela maioria das pessoas quando perde uma pessoa querida.

Embora seja um processo único, porque a relação entre duas pessoas sempre tem características individuais, o histórico de cada uma, o momento que se conheceram e como se relacionavam, a maneira que a morte surgiu e se há ou não uma rede de apoio para quem ficou; tudo isso influência na hora de encarar a nova vida sem aquela pessoa. Mas foi possível observar um caminho parecido, em comum, mesmo que intensidade diferente, ordem diferente, mas algumas características semelhantes. E quando o processo dura muito mais do que um tempo considerado normal ou o sofrimento é exacerbado, é um indicativo de que a pessoa precisa de ajuda.

Dentre as teorias das fases do luto, a que ficou mais conhecida é a da Psiquiatra Suíça Elisabeth Kubler Ross, onde relata em seu livro "Sobre a morte e o morrer", as 5 fases do luto e que trarei, resumidamente, neste artigo.


As cinco fases são:


1ª Negação

2ª Raiva

3ª Barganha

4ª Depressão

5ª Aceitação


1) Negação: "Não, não pode ser verdade." Essa negação ocorre no início, quando o paciente recebe a notícia de sua doença ou da morte.

Ex: se questionar sobre o exame feito, que pode estar errado, se o Médico deu o diagnóstico certo, etc.

Ou quando recebem a notícia do falecimento de um familiar ou pessoa querida, podem ficar anestesiados, sem conseguir "digerir" a situação no começo. A notícia é ouvida, mas a pessoa não consegue concretizar a informação, e isso é natural, leva um tempo para a "ficha cair". O velório, que é um ritual de passagem, é fundamental para se possa passar por essa fase de uma maneira natural, assimilando aos poucos a ida. Por isso que, em casos que não há corpos, enterro, é mais difícil o processo do luto, e muitas pessoas relatam que parece que a pessoa ainda vai entrar pela porta.

"Não podemos olhar para o Sol o tempo todo, não podemos olhar para a morte o tempo todo."

Os pacientes ou enlutados podem considerar a morte durante um tempo, mas precisam deixar de lado tal pensamento para lutar para a vida, seja em caso de doença ou para reorganizar sua vida sem o ente querido. Por isso a negação é uma forma saudável de lidar com a situação dolorosa e desagradável em que muitas pessoas são obrigadas a viver por um tempo. É um para-choque depois de notícias inesperadas e chocantes. Uma defesa temporária, seguida de uma aceitação parcial.


2) Raiva: revolta, de inveja e de ressentimento. "Por que eu?" A raiva se propaga em todas as direções e em todos os ambientes.

Ex: os médicos não prestam, não sabem pedir exames. As enfermeiras são, comumente, alvo de sua raiva. As visitas dos familiares se transformam em penoso encontro. Como as pessoas podem estar tão felizes e eu sofrendo tanto?! Isso não é justo. A raiva surge quando a pessoa começa a aceitar a realidade da perda (ou da doença) e se sente injustiçada ou traída. Essa emoção pode ser direcionada a outras pessoas, como familiares, amigos, médicos ou até mesmo quem que partiu. Nesta fase, é comum ouvir questionamentos como “por que isso aconteceu comigo?” ou “não é justo”. É importante permitir-se sentir raiva e expressá-la de maneira saudável, como através de conversas, escrita ou atividades físicas. O que vale é não deixar a raiva se transformar em ressentimento, pois isso pode atrapalhar o processo de cura emocional.


3) Barganha: A a realidade da situação, pode vir a fase da barganha, que é marcada por um desejo intenso de reverter ou aliviar a dor da perda. A pessoa pode fazer promessas a si mesma, a Deus ou a outras forças superiores, na esperança de que isso amenize a dor. Essa fase reflete a busca desesperada por algum controle sobre a situação, mas é importante reconhecer que nem todas as circunstâncias estão sob nosso controle.


4) Depressão: essa tristeza intensa é uma resposta natural à perda, e é o momento em que a pessoa realmente sente o peso da ausência. É aquele momento em que a realidade da perda é plenamente sentida, e a pessoa pode experimentar profunda tristeza, desânimo e desinteresse pelas atividades diárias. Isso pode se manifestar através de alterações no apetite, no sono e na concentração. Nesta etapa, é essencial buscar apoio emocional e, caso necessário, acompanhamento profissional, para enfrentar a dor e evitar o agravamento dos sintomas.

É claro que a triste está presente nos processos anteriores, mas nesse momento a intensidade aumenta, e é importante o indivíduo se permitir sentir esta emoção, chorar e ficar mais introspectivo (sem se isolar muito), é uma fase natural que não precisa ser sempre medicalizada, mas nossa sociedade não aceita ficar triste e menos produtivo, o que pode fazer com que a pessoa se anestesie com remédios e não se permite viver essa fase, necessária para a superação saudável do luto.


5) Aceitação: Independentemente da ordem anterior, a aceitação é o estágio final do luto, no qual a pessoa começa a se adaptar à nova realidade sem a presença do ente querido. Ela não significa que a pessoa esqueceu ou superou completamente a perda, mas sim que está aprendendo a viver com ela. A pessoa pode começar a encontrar novos interesses, estabelecer novos objetivos e criar outros vínculos, a reorganizar a vida. A aceitação é um processo contínuo, e a pessoa pode oscilar entre os estágios antes de finalmente encontrar a paz e a resiliência para seguir em frente. 


Se você não estiver conseguindo seguir em frente após o luto o a descoberta de uma doença muito grave e com um prognóstico ruim, busque ajuda psicológica. Você não está sozinho!!!

 
 
 

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